Eles entrevistaram os pacientes para saber sua opinião sobre ter que enfrentar a morte. Em seguida, tirou fotos de quando eles estavam vivos e depois da sua morte.
Intitulada "Viver mais uma vez antes da morte", sua exposição foi um sucesso , atraindo e emocionando milhares de pessoas em Berna .
Peço desde ja desculpas por não conseguir maiores informações de todos
Uma delas é a de Wolfgang Kotzahn, atingido por um fulminante câncer no pulmão e no último estágio da doença. "Hoje completo 57 anos. Nunca pensei que ficaria velho e que também poderia morrer tão cedo. Porém, a morte não conhece idade. Só me espanto de ter aceitado isso tão facilmente", revelou. A resignação fez com que Kotzahn abrisse seus olhos para os mais ínfimos detalhes da vida. "Nunca havia dado atenção às nuvens. Agora vejo tudo com muita atenção: cada nuvem na janela e cada flor nos vasos. De uma só vez, tudo ficou importante."
Wolfgang Kotzahn
Os locais de trabalho foram os chamados "Hospizen", instituições comuns em quase todos os países europeus e que, ao contrário dos hospitais, recebem apenas doentes terminais já desenganados pelos médicos. "Quem chega nelas tem a consciência de que o fim chegou", diz Lakotta.
Heiner Schmitz, 52 anos, era executivo de uma grande agência de propaganda em Hamburgo quando os médicos lhe revelaram que o câncer que devorava seu cérebro não tinha mais cura. Foi apenas nesse momento que o autodenominado workaholic descobriu a fragilidade do próprio corpo.
Os detalhes anotados por Lakotta personalizam cada uma das situações, sem cair no piegas. "Os colegas da agência vinham sempre visitá-lo em dupla. Eles tinham medo de ficar sozinhos com Heiner. O que falar com alguém condenado à morte?", conta. Ela também revela que Heiner até era capaz de ser sarcástico. "Eles me desejavam melhoras e diziam – 'Ei Heiner, não se preocupe, pois você logo vai estar de pé'. Ninguém me perguntava como me sentia. O fato é que eu penso todos os segundos na morte. Eu vou morrer!"
Heiner Schmitz
Silke Boehmfeld recusava-se a aceitar seu destino. Essa alemã tinha apenas 30 anos quando o câncer nos seios foi diagnosticado. Logo depois, os médicos descobriam em Jannick, seu filho de seis anos, um raro tumor.
Às vezes, ela perguntava por que Deus cometia uma injustiça tão grande de querer levar, de uma só vez, dois membros da mesma família. Em outros dias, ela juntava forças para cumprir sua promessa: morrer só depois do filho. A luta dos dois foi inglória, mas ela ainda conseguiu sobreviver quatro meses ao falecimento de Jannik.